Paulo Cesar Queiroz: “Comunicação é algo extremamente complexo, volátil e em constante evolução social e tecnológica”

Nome de destaque na publicidade brasileira, Paulo Cesar Queiroz se formou em Marketing na ESPM, e em Administração no Ibmec e na Omnicom University (Babson College). Brilhou na área de Mídia e na liderança de importantes agências. Foi executivo especialista em negociação e gestor de equipes de mídia na CBBA (de 1980 a 1982), McCann (de 1982 a 1987), Salles (de 1987 a 1991) e na DM9 (de 1991 a 2009), nesta como diretor e vice-presidente.

Reconhecido com alguns dos maiores prêmios do setor da comunicação do País, Paulo foi CEO da emblemática DM9DDB entre 2013 e 2017, além de ser vice-presidente e COO do Grupo ABC durante 4 anos.

Em 2021, foi contratado pelo Grupo Rezek para fundar a RZK Digital, um ambicioso e inovador player do mercado brasileiro de DOOH (Digital Out of Home).

Tudo isso e muito mais credenciou Paulo Cesar Queiroz ao Hall da Fama do marketing brasileiro, e a ser nosso convidado a responder às cinco perguntas dessa semana. Confira!

Abramark – Depois de atuar durante décadas, construindo uma carreira bem-sucedida em agências, você aceitou o desafio de liderar a RZK, há pouco mais de 1 ano. Conte para nós como tem sido essa experiência, incluindo o convite para ser sócio, efetivado meses atrás.

PCQ Inicialmente, em dezembro de 2020, um grupo de investidores me contratou como um consultor para analisar a viabilidade de um projeto de mídia em terminais rodoviários urbanos ligados a estações do Metrô. Fizemos uma pesquisa e percebemos que os profissionais de mídia demandavam uma evolução digital e métricas para o OOH. Foi então que desenvolvemos o conceito da RZK Digital, uma empresa de dados que utiliza tecnologia inovadora para oferecer DOOH inteligente, interativo, diferenciado e conectado ao ecossistema programático da Internet.

Em abril de 2021 fui convidado a participar da criação da RZK Digital como diretor de operações, sob a liderança do Eduardo Mantegazza como sócio e CEO. Vale dizer que a RZK Digital é parte integrante do Grupo RZK, um conglomerado de empresas que atuam em diversos setores como concessões, agronegócio, energia solar, desenvolvimento imobiliário, entre outros. Como a proposta de valor da RZK Digital foi muito bem aceita pelo mercado, os sócios investidores resolveram criar um plano de rápido crescimento. Nesta esteira de acontecimentos eu fui convidado a integrar a sociedade o que me deixou muito feliz.

Abramark – A RZK tem crescido a olhos vistos. E a projeção para 2023 é a de triplicar de tamanho. Fale um pouco sobre a expansão e o que esse desafio representa para a empresa?

PCQ De fato, o crescimento da RZK Digital está sendo incrivelmente rápido. Nascemos com 200 telas digitais de 2m² em 12 terminais rodoviários urbanos e neste momento estamos ampliando para 48 terminais e 716 telas digitais em São Paulo e Recife. A nossa expansão também conta com dois shopping centers em São Paulo e um grande condomínio corporativo.

Todo o processo de instalação técnica está acontecendo agora e ficará pronto até final de fevereiro 2023. Interessante dizer que nossas telas contam com tecnologia de mensuração de audiência em tempo real, desenvolvida pela empresa francesa Quividi e um sistema de gestão das telas que conta com enormes avanços digitais: Broadsign. Com essas e outras tecnologias, desenvolvemos uma arquitetura de negócio nova, com capacidade de desenvolver mídia programática em todas as nossas telas. Estamos recebendo campanhas do Brasil e do Exterior.

Abramark – A empresa optou por apostar prioritariamente em terminais de ônibus para exibir seus painéis. Quais são as principais oportunidades e características desses espaços?

PCQ Sim, começamos em 12 terminais de ônibus ligados a estações do Metrô de São Paulo, onde a Unitah, uma empresa do Grupo RZK, possui concessão para administração, criação de lojas para locação, entre outras atividades. Um contrato de longo prazo. Estes espaços foram revitalizados pela Unitah, em um novo padrão urbanístico. Ali instalamos nossas telas nas paradas dos ônibus, todas as telas verticais, instaladas entre os pontos de ônibus, no teto das estações. Isso criou um impacto visual único.

Além disso são espaços de enorme concentração de público que ficam por ali de 8 a 12 minutos, esperando o ônibus, tomando um café, comprando um sorvete ou um presente. Nestes terminais de ônibus, a Unitah criou um centro comercial que conta com mais de 300 lojas. Este novo espaço foi muito valorizado com nossas telas de grande luminosidade e impacto e tudo foi prontamente adotado pelos anunciantes brasileiros. Por isso resolvemos focar neste novo modal ou vertical de DOOH.

Abramark – 2023 marca o início de nova gestão no Governo Federal, repleto de mudanças, em um cenário bastante desafiador. Quais são suas expectativas em relação ao novo governo, e quais têm sido os recados no mercado?

PCQ De fato, toda mudança de governo causa uma expectativa do mercado. Mas estamos muito bem preparados e confiantes em nosso empreendimento que melhora a vida do usuário do transporte urbano, com lojas, cafés e telas lindas que trazem mais segurança à noite, informação e entretenimento. Além de propaganda, temos notícias, clima, esportes, através de parceiros de conteúdo. Usamos tecnologia de inteligência de dados para conectar as marcas à jornada diária dos trabalhadores e estudantes.

Estamos confiantes e pretendemos ajudar a desenvolver técnica e economicamente o mercado de DOOH no Brasil.

Abramark – Que conselhos ou dicas deixa para estudantes e novos(as) profissionais de propaganda e marketing que desejam prosperar, crescer e deixar um legado?

PCQ Bem, eu tenho 61 anos e 42 anos de publicidade, dos quais 40 atuando no lado de agências e agora como veículo digital e inovador. Além de ter sorte na vida, eu acredito que dois fatores são fundamentais para prosperar em uma carreira de comunicação. Em primeiro lugar é preciso criar relacionamentos duradouros e trabalhar criando cultura, desenvolvendo pessoas, trabalhar a serviço das pessoas. Desta maneira você desenvolve novos profissionais, aprende com eles e nunca está sozinho. Este networking gera uma espiral positiva em sua vida e na vida dos seus companheiros.

Em segundo lugar, mas não menos importante, o profissional de comunicação deve entender que esta é uma área de ponta da nossa sociedade. Comunicação é algo extremamente complexo, volátil e em constante evolução social e tecnológica. É fundamental estudar e conhecer as tendências futuras para estar integrado a esta evolução. Só desta maneira você consegue ser útil ao longo dos anos, liderando transformações ou ajudando pessoas a liderar estas mudanças. Aproveito ainda para levantar a bandeira da luta contra o etarismo ou preconceito de idade. Eu trabalho com um grupo de jovens, muitos deles mais jovens que minhas filhas. Estou perfeitamente integrado a esta equipe e me sinto muito à vontade entre eles que me recebem como um igual. Eu aprendo com eles todos os dias e sei que minha experiência contribui ao todo. Muitas vezes o preconceito com a idade está na cabeça dos seniores, mais do que na cabeça dos jovens. Sua idade é expressa por suas ideias e comportamento e não por sua aparência ou data de nascimento.


Assista também ao depoimento de Paulo Cesar Queiroz em vídeo.

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