Marcio Oliveira: “Acho que o desafio de hoje é muito mais interessante”

Um dos profissionais de atendimento mais reconhecidos do Brasil, Marcio Oliveira começou a atuar no mercado publicitário em 1995, na AlmapBBDO, após passagens como trainee em gigantes como Microsoft e Sony.

Já em 1997, foi para a Y&R para atender a Danone e Ford Motor Company. Dois anos depois, ingressou na Lew´Lara e fez história: foram 18 anos de sucesso, nos quais Marcio ascendeu de supervisor de contas a CEO.

Após também liderar como CEO a DM9DDB, em 2018, ingressou na R/GA em 2019. Assumindo como SVP em janeiro de 2022, Marcio Oliveira lidera a operação da agência no Brasil com seu talento e visão de negócios.

Como integrante do Hall da Fama da Abramark, Marcio, que sempre faz questão de destacar que é casado e pai das gêmeas Maria Luiza e Isabela, é o nosso convidado da semana a responder as cinco perguntas. Confira!

Abramark – Fale um pouco sobre o momento da R/GA no Brasil. Quais tem sido os principais desafios por aqui?

MO – O momento da R/GA no Brasil é muito promissor. E isso tem tudo a ver com as oportunidades e desafios que temos hoje e no futuro próximo.

A R/GA é uma empresa única no nosso setor porque tem uma abrangência de serviços que vai da comunicação até o desenvolvimento de produtos tecnológicos (APP, sites, landing pages, e-commerce), vai de consultoria ao design e branding.

O que temos percebido é que o marketing das empresas tem olhado com mais atenção esse lado de experiência. Na verdade, o omnichannel, ou seja, todos os pontos de contato e interações dos consumidores com as marcas, nas suas jornadas completas, ganharam e vêm ganhando muito mais importância dentre os anunciantes.

Não adianta investir muito dinheiro em comunicação e não conseguir passar mais tempo com os consumidores em um espaço próprio, com conteúdo mais profundo, entretenimento, educação e até venda de produtos. Não existe mais o funil clássico. O awareness tem que converter e, portanto, ou a marca leva seus consumidores para o e-commerce ou para a loja física, mesmo numa campanha puramente institucional.
Tudo isso para dizer que esse é o pensamento da R/GA desde sempre e por este motivo a gente acredita que o momento é muito promissor.

Abramark – Como é o dia a dia e a relação com o escritório central em NYC? A empresa tem passado por grandes mudanças. Como isso tem acontecido?

MO – A gente tem uma relação muito próxima da “nave mãe”. Mais da metade de nossos colaboradores é dedicada à operação internacional e aos clientes globais da R/GA.

Então, sim, passamos por muitas mudanças juntos com a operação em NYC, mas todas as mudanças eram absolutamente necessárias e já estão surtindo efeito positivo em toda a rede.

Outro ponto é a criatividade distribuída. Trabalhei em algumas redes antes e nunca vi a integração que existe na R/GA. Aqui não é apenas discurso, é real. Existe uma valorização gigante do talento brasileiro e latino em geral, existe um reconhecimento da nossa força criativa e estratégica e isso reflete em muito trabalho e muita confiança depositada na R/GA Brasil.

Abramark – Quais as suas perspectivas para o mercado publicitário como um todo em 2023? Apesar dos juros altos e da economia claudicante, as coisas têm avançado?

MO – Acho que sim, as coisas têm avançado, porém num ritmo mais lento do que a gente imaginava.

O consumo fica retraído diante de uma taxa de juros tão alta. Veja o exemplo do setor automobilístico: com um pequeno incentivo do governo, pontual, o setor bombou de vender. As marcas aproveitaram a oportunidade para anunciar e o consumidor aproveitou o momento oportuno de compra.

Agora, imagine isso acontecendo de forma mais consistente, em todos os setores e sem interferência direta do governo. A gente estaria em outro patamar de trabalho, investimentos das marcas e vendas.

Acho que em 2024 temos grandes chances de vivermos um ano mais aquecido.

Abramark – Um dos temas de maior relevância da atualidade é o foco à pauta ESG. Como líder do negócio da comunicação, como tem visto o debate e crescimento do assunto em nossas empresas? Acha que temos lidado com isso de forma consistente em relação a países com ambientes corporativos mais maduros?

MO – Acho que com relação ao ESG, estamos mais avançados no S mesmo.

O olhar social, a diversidade, lideranças femininas passam por um avanço claro. Já o meio ambiente e mesmo a governança corporativa têm muito a avançar. Porque os interesses econômicos e políticos sempre acabam suprimindo o que realmente precisa ser feito.

O acionista não pode apenas olhar o lucro, mas o papel da empresa com relação ao meio ambiente e o social. E tem que cobrar isso dos executivos como parte do bônus deles.

Enfim, acho que ainda existe muito a evoluir.

Abramark – Que conselhos ou dicas deixa para estudantes e novos(as) profissionais de propaganda e marketing que desejam prosperar, crescer e deixar um legado?

MO – Acho que o maior conselho é: a gente vem de um mercado de interrupção. A propaganda era aquilo que interrompia o conteúdo que você estava assistindo.

Hoje, minhas gêmeas de 16 anos conseguem assistir e consumir o que querem sem ver propaganda alguma. Pagam premium para não ter que ver propaganda alguma. Ou seja, ou as marcas e suas agências tornam suas comunicações, ações, experiências algo que entretém, informa, educa, vende… algo absolutamente relevante para suas audiências ou não vão conseguir ter o mesmo sucesso que já tiveram.

Acho que o desafio de hoje é muito mais interessante.

#Abramark, #Marketing, #ThisIsRGA

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