Juliana Nunes: “o maior desafio nas startups é encontrar o equilíbrio entre a oportunidade de estar à frente das demandas da sociedade, com cultura de gestão ágil e, ao mesmo tempo, fortalecer os valores e consolidar a Cultura Corporativa”

Com quase 30 anos de atuação de sucesso nas áreas de comunicação corporativa, relações governamentais, recursos humanos, sustentabilidade e compliance, entre outras, Juliana Nunes brilhou por mais de 20 anos na Unilever, em diversos cargos, desde estagiária até diretora de Assuntos Corporativos, Sustentabilidade e Comunicação.

Formada em Engenharia de Alimentos, ingressou muito jovem na multinacional anglo-holandesa, de onde saiu para atuar na vice-presidência Assuntos Corporativos, Sustentabilidade, RH e Compliance na Brasil Kirin, e depois, como diretora de  assuntos análogos na CPFL Energia.

Esse conhecimento e trajetória, credenciaram Juliana Nunes como integrante do Hall da Fama da Abramark. Hoje atuando como consultora e conselheira em diversas empresas, é a convidada a responder às nossas cinco perguntas desta semana.

 

Abramark – Você se formou inicialmente em Engenharia de Alimentos. Acha que, de alguma maneira, essa bagagem tão diversa das áreas de comunicação e marketing contribuiu para a conquista de uma visão diversificada, porém ampla dos temas relacionados a essas disciplinas?

JN – Certamente tanto a formação em engenharia, quanto a experiência em áreas tão distintas, foram determinantes para ampliar a minha visão e entendimento estratégico de negócios. De um lado, a engenharia possibilitou o raciocínio lógico, conhecimento técnico, e principalmente, a análise quantitativa. De outro lado, a passagem por áreas como comunicação e marketing trouxe o aprendizado de como construir a mensagem adequada, de acordo com o público, com base nas conclusões e oportunidades identificadas na análise dos números, gráficos e indicadores.

Abramark – Com o trabalho remoto ou híbrido se intensificando, como deveremos atuar para desenvolver e aprimorar a Cultura Corporativa de nossas empresas? E no ambiente das startups, esse desafio é ainda maior?

JN – Acredito que, independentemente do tipo de trabalho – presencial, híbrido ou remoto – a Cultura Corporativa (ou organizacional) deve ser sempre uma prioridade, assim como a Estratégia de Negócio. A Estratégia representa “o que” a empresa quer fazer ou alcançar, enquanto a Cultura indica o “como” entregará essa Estratégia ou plano de negócio. Seja no processo de construção da Cultura (definição de missão, visão, valores, combinados etc.), seja no engajamento de todos os stakeholders nessa cultura, começando sempre pelo público interno, a transparência, e principalmente, a prática diária dos valores e combinados, por todos, farão toda a diferença no fortalecimento e consolidação da Cultura Corporativa. Nas startups, há um dinamismo incrível, que traz a vida real (ambiente externo) fora da empresa para o ambiente corporativo (ambiente interno), buscando antecipar as necessidades da sociedade atual. Entendo que o maior desafio nas startups é encontrar o equilíbrio entre essa oportunidade de estar à frente das demandas da sociedade, com cultura de gestão ágil de projetos e, ao mesmo tempo, fortalecer os valores e consolidar a Cultura Corporativa, para que sejam sempre praticados e incorporados por todos no dia a dia.

Abramark – ESG é um assunto vital para as empresas. Na sua opinião, as marcas nacionais têm trabalhado e aplicado corretamente os princípios para uma boa governança desses temas ou ainda há muito greenwashing e socialwashing? Estamos em um bom caminho em comparação a mercados mais maduros?

JN – Trabalho há mais de 20 anos com ESG (inicialmente socioambiental, depois sustentabilidade rs). Certamente avançamos, mas a jornada é longa e ainda há bastante por fazer. Se de fato a intenção para incorporar ESG for genuína, entendendo como as empresas poderão contribuir para a sociedade mais desenvolvida socialmente, ambientalmente e economicamente, um bom início é integrar o tema ESG na agenda estratégica dos Conselhos de Administração, para as empresas que tem essa governança, assim como priorizá-lo nos Comitês, como o Comitê Estratégico. Para empresas que não têm Conselhos, é fundamental inserir o tema na Estratégia de Negócio, integrando à Cultura Corporativa. E lembrar que ESG pode (e deve) ser praticado por empresas de todos os portes, setores de atuação e natureza de capital (nacional ou estrangeiro, aberto ou não).

Abramark – Você costuma atuar em conselhos de administração ou consultivos de diversas empresas. De maneira geral, como enxergam 2023, o novo governo, e as perspectivas para o Brasil e o ambiente de negócios?

JN – Sou otimista e acredito muito no potencial do nosso Brasil. A pandemia trouxe desafios enormes para nós e para o mundo todo, principalmente nas áreas social e econômica. 2023 será um ano de transição e decisivo para o desenvolvimento de uma nova agenda ESG do Brasil, nacional e internacionalmente.

Abramark – Que conselhos ou dicas deixa para estudantes e novos(as) profissionais de propaganda e marketing que desejam prosperar, crescer e deixar um legado?

JN – Lembrar sempre que empresas são formadas por pessoas. Parece óbvio, mas infelizmente muitas vezes um “detalhe” esquecido durante a trajetória profissional. A formação em propaganda e marketing permite criar mensagens poderosas e, por essa razão, devem ser desenvolvidas sempre com base nos princípios e valores de cada profissional que, antes de tudo, são indivíduos também! Incorporar pilares do Capitalismo Consciente e também do Sistema B certamente fará toda a diferença na construção de um legado.

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